Há um som que a alma reconhece de imediato: o som de uma porta se fechando em definitivo. Pode ser a palavra final de um médico, a notificação de uma demissão, o silêncio em um relacionamento rompido ou um sonho que, após tanto esforço, simplesmente morre em nossos braços. É o momento em que a realidade nos encurrala e grita: “Acabou. Não há mais nada a fazer”. Chegamos ao limite da possibilidade humana, ao território do impossível.
É exatamente neste lugar, no fim da nossa força e no cemitério das nossas esperanças, que a nossa fé é convidada a descobrir a verdade mais poderosa do universo: o limite do homem é o palco preferido de Deus.
Jesus, olhando para uma situação humanamente sem saída, declarou: “Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível”. Esta não é uma frase de efeito; é a declaração de um princípio fundamental do Reino de Deus. Onde a lógica humana vê um ponto final, a fé enxerga o ponto de partida para um milagre.
A história da mulher sunamita em 2 Reis 4 é a encarnação dessa verdade. Ela, que era estéril, recebeu do profeta Eliseu a promessa de um filho, um milagre vindo diretamente de Deus. A promessa nasceu e cresceu. Mas um dia, a tragédia bateu à porta. O menino, a promessa viva, adoeceu e morreu em seu colo. A promessa de Deus, literalmente, morreu em suas mãos.
O que você faria? O desespero, o luto, a revolta… todas seriam reações naturais. Mas a fé desta mulher era sobrenatural. Ela nos ensina, na prática, como agir quando tudo parece perdido.
Os 3 Passos da Fé Diante do Impossível
1. Recuse a Sentença da Realidade
A primeira atitude daquela mãe não foi planejar o funeral, mas levar o filho morto para o quarto do profeta e deitá-lo na cama do homem de Deus. Simbolicamente, ela estava colocando sua promessa morta de volta nas mãos de quem, em nome de Deus, a havia entregado. Quando seu marido perguntou por que ela ia ao encontro do profeta, sua resposta foi uma das maiores declarações de fé da Bíblia: “Tudo vai bem”. Isso não era negação da dor; era a recusa em aceitar a morte como a palavra final. Era uma confissão de que seu Deus era maior que o fato.
2. Busque a Fonte do Poder, não as Imitações
A mulher não perdeu tempo com soluções paliativas. Ela foi direto à fonte do poder: o profeta Eliseu. Quando ele enviou seu servo Geazi na frente, ela não se contentou. Ela disse: “Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei”. Ela sabia que precisava de uma intervenção direta de Deus, não de um representante. Em nosso desespero, muitas vezes buscamos “Geazis” — conselhos vazios, soluções rápidas, distrações — quando o que realmente precisamos é nos agarrar aos pés do próprio Senhor.
3. Aja com Urgência, Mesmo na Dor
A fé que espera pelo impossível não é uma fé passiva e sentada. Com o coração partido, a mulher disse ao seu servo: “Guia e anda; não te detenhas no caminhar”. Mesmo em sua dor profunda, ela estava em movimento, agindo, buscando. Ela não permitiu que o luto a paralisasse. Ela canalizou sua dor em uma busca obstinada pelo milagre.
O resultado nós conhecemos: Eliseu foi até a casa, orou ao Senhor, e o menino ressuscitou. O que era impossível para os homens, foi possível para Deus.
Qual é a promessa que morreu em suas mãos? Um sonho, um ministério, um relacionamento, a esperança de uma cura? A lição da mulher sunamita para nós hoje é esta: pegue essa promessa morta e a coloque diante de Deus em oração. Recuse-se a aceitar o diagnóstico do mundo como o fim da história. Busque o Senhor com uma fé obstinada e persistente. E não fique parado na sua dor; compartilhe sua luta com irmãos de confiança e continue caminhando.
Seu “ponto final” pode ser apenas a vírgula de Deus.
Jesus olhou para eles e respondeu: ‘Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis’.
Mateus 19:26
Sugestão de Música:
A canção “Ressuscita-me” de Aline Barros é a trilha sonora perfeita para esta reflexão. A letra “Remove a minha pedra, me chama pelo nome, muda a minha história, ressuscita os meus sonhos” é um clamor que espelha a atitude da mulher sunamita — a recusa em aceitar a morte e a fé de que Deus tem o poder de trazer vida onde só há perda.