Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:13-16
Que palavras poderosas Jesus nos dirige no Sermão do Monte! Ele não sugere, Ele afirma: “Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo.” Essa é a nossa identidade e o nosso propósito como seguidores de Cristo. Mas o que significa, na prática, ser “sal” e “luz” neste mundo?
Primeiro, pensemos no sal. Desde os tempos bíblicos, o sal tem funções essenciais: dar sabor e preservar. No Antigo Testamento, o sal fazia parte da aliança de Deus com seu povo (Êxodo 30:34-35; 2 Crônicas 13:5), simbolizando pureza, fidelidade e a durabilidade do pacto. Quando Jesus nos chama de “sal da terra”, Ele espera que a nossa presença no mundo faça a diferença. Assim como o sal realça o sabor dos alimentos, nossa vida deve trazer um “sabor” celestial aos ambientes por onde passamos, refletindo a graça, o amor e a verdade de Cristo. Devemos atuar como agentes de preservação contra a corrupção moral e espiritual que permeia a sociedade.
Contudo, Jesus lança um alerta sério: “e se o sal for insípido…?”. Um sal que perdeu sua capacidade de salgar torna-se inútil. O que seria um “crente insípido”? É aquele que se mistura tanto com os valores do mundo que já não se distingue dele. É aquele cuja vida não reflete mais os ensinamentos de Cristo, que está na igreja há anos, mas não manifesta o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23). É aquele que, como a cidade mencionada em 2 Reis 2:19, tem boa aparência externa, mas por dentro não agrada a Deus. Lembremos que o Senhor não vê como o homem vê, pois “o Senhor vê o coração” (1 Samuel 16:7). Ele conhece nossas intenções mais profundas. A nossa “salinidade” não é apenas sobre o que os outros dizem, mas sobre quem realmente somos diante de Deus.
Como podemos evitar nos tornar insípidos? Tendo um relacionamento genuíno e constante com a fonte de todo sabor: Jesus Cristo. Através da oração, da leitura da Palavra (que tem o poder de transformar, como em 2 Reis 2:21-22) e da comunhão com o Espírito Santo, somos continuamente “re-salgados”. Nossa fala, como orienta Paulo em Colossenses 4:6, deve ser “sempre agradável, temperada com sal”, para que saibamos responder a cada um como convém.
Mas Jesus não para por aí. Ele também nos diz: “Vós sois a luz do mundo.” A luz tem a função de dissipar as trevas, de guiar, de revelar. Assim como uma cidade no monte não pode ser escondida, nossa fé e nossas boas obras devem ser visíveis. Não para nossa própria glória, mas, como o Mestre ensina, “para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16). Ser luz é refletir o caráter de Cristo em nossas ações, palavras e atitudes, iluminando o caminho para aqueles que ainda estão na escuridão espiritual.
Ser “sal da terra” e “luz do mundo” não é uma opção, é um chamado. É a essência da influência cristã. Requer autenticidade, coragem e dependência de Deus. Que hoje possamos orar, pedindo ao Espírito Santo que nos ajude a não perder o nosso sabor e a deixar nossa luz brilhar intensamente, fazendo a diferença neste mundo e levando muitos a glorificar o nome do nosso Pai celestial. Que a nossa vida seja um testemunho vivo do poder transformador do Evangelho.
Sugestão Musical:
Para complementar esta reflexão sobre sermos luz no mundo, sugiro a canção “Brilha Jesus” do grupo Vencedores por Cristo. Que ela inspire seu coração a resplandecer a glória de Deus!