Declínio da Poupança e Impacto no Financiamento Imobiliário
A saída contínua de recursos da caderneta de poupança está gerando impactos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), tradicional fonte de financiamento imobiliário para a classe média. Com a retirada de R$20,1 bilhões somente em janeiro, a debandada de investidores da poupança está afetando de forma significativa o mercado imobiliário, tanto em números de lançamento como no volume de recursos disponíveis.
Reflexos no Mercado Imobiliário
O declínio na poupança representa menos recursos disponíveis para empréstimos no SBPE. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os lançamentos de unidades imobiliárias pelo SBPE sofreram uma redução entre 20% e 30% no último ano. Essa diminuição de recursos resulta em juros ainda altos no mercado imobiliário, afetando o acesso ao financiamento para muitas famílias de classe média.
Opções para o Financiamento Imobiliário
Com o declínio do SBPE, os mutuários de classe média têm duas opções de financiamento. A primeira é através do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que financia imóveis de até R$1,5 milhão com regras específicas. A alternativa é o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que segue as taxas e condições de mercado, permitindo o financiamento de imóveis acima de R$1,5 milhão.
Mudanças e Perspectivas
O mercado imobiliário está passando por uma mudança estrutural. Com menos recursos disponíveis na poupança, os bancos estão lançando mão de outras fontes de financiamento imobiliário, como as letras de crédito imobiliário (LCI), os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e as letras imobiliárias garantidas (LIG). A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) prevê um crescimento de 3% no crédito imobiliário em 2024, sustentado principalmente pelos financiamentos do FGTS.
*Com informações da Agência Brasil