Aumento de coberturas vacinais é indicado por levantamento em 2022

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Aumento da cobertura de vacinas é registrado no Brasil em 2022

Um recente levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância, vinculado à Fiocruz/Unifase, mostrou um aumento na cobertura de quatro vacinas do Programa Nacional de Imunizações em 2022. O estudo, publicado no periódico científico National Library of Medicine com dados até 2021, revelou importantes informações sobre a situação da imunização no país. Na atualização divulgada nesta segunda-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foram apresentados os resultados do estudo.

A preocupação com a queda das coberturas vacinais

Desde 2015, as autoridades sanitárias e pesquisadores têm demonstrado preocupação com a queda das coberturas vacinais. Essa preocupação se deve ao risco de retorno e descontrole de doenças já eliminadas, como a poliomielite. O sarampo, por exemplo, foi eliminado do país em 2016, mas retornou dois anos depois, devido à queda na vacinação.

BCG atinge a meta, mas outras vacinas ainda precisam avançar

O estudo mostrou que a vacina BCG teve um aumento de cobertura de 19,7 pontos percentuais em 2021, atingindo a marca de 99,5%. Essa vacina é aplicada ao nascer e protege contra formas graves de tuberculose. A meta é alcançar 90% dos bebês.

A vacina injetável contra a poliomielite também registrou um aumento de 19,7 pontos percentuais, porém, a cobertura em 2022 ficou em 85,3%, abaixo da meta de 95%. A mesma situação ocorreu com a tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. A cobertura para essa vacina ficou em 85,5%, mesmo com um aumento de 9,1 pontos percentuais.

Já a vacina tetraviral, que previne sarampo, caxumba, rubéola e varicela, teve um aumento de 3,5 pontos percentuais na cobertura, chegando a 59,6%. Essa porcentagem ainda é bem inferior à meta de 95%.

Metodologia própria para análise

Para realizar o levantamento, o Observatório Infância desenvolveu uma metodologia própria, que permite calcular as coberturas vacinais e relacionar esses dados com informações epidemiológicas e socioeconômicas. Dessa forma, é possível construir uma série histórica sobre a vacinação no Brasil desde 1996.

Os pesquisadores utilizaram dados de mais de 1,3 bilhão de doses aplicadas no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), por meio da plataforma TabNET. Além disso, foram combinadas informações oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Ministério da Saúde (MS), juntamente com dados utilizados no VAX*SIM, um estudo que analisa o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos.

O trabalho é conduzido por Patricia e Cristiano Boccolini, pesquisadores vinculados ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e à Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase). O Observatório conta com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.

Divergências nos dados oficiais

Vale ressaltar que as coberturas calculadas pelo Observatório Infância não são as mesmas encontradas no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) disponível na plataforma TabNET. Por exemplo, enquanto o estudo apontou uma cobertura de 99,5% para a vacina BCG em 2021, o Ministério da Saúde registrou uma cobertura de 90,06%, ainda dentro da meta do programa.

Da mesma forma, para a poliomielite, enquanto o estudo indicou uma cobertura de 85,3%, o SI-PNI mostrou uma cobertura de 77,2%. Enquanto o Observatório Infância apontou uma cobertura de 85,5% para a vacina DTP, o SI-PNI registrou 77,2%.

Apesar das diferenças nos valores, fica evidente a importância de acompanhar de perto a cobertura vacinal no país e buscar formas de ampliar a imunização da população, garantindo a proteção contra doenças graves e a manutenção das taxas de eliminação de doenças no Brasil.



*Com informações da Agência Brasil

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Por Redação
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