Crianças em situação de vulnerabilidade podem apresentar desenvolvimento abaixo do esperado

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Programas de transferência de renda, insegurança alimentar e baixo nível de escolaridade das mães são fatores que podem impactar negativamente no desenvolvimento das crianças. Essa é a conclusão do Projeto Pipas – Primeira Infância Para Adultos Saudáveis, divulgado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. Os resultados evidenciam a influência das condições socioeconômicas no desenvolvimento infantil, reforçando a necessidade de priorizar crianças em situação de vulnerabilidade.

Fatores que afetam o desenvolvimento

O estudo utilizou uma amostra de 13.425 crianças com menos de 5 anos de idade em 13 capitais do Brasil, incluindo o Distrito Federal. A faixa etária mais representada foi de 37 a 48 meses (21%) e de 49 a 59 meses (19%), sendo 51% do sexo feminino. Em 79,6% dos casos, a mãe era a cuidadora principal. Foram aplicadas questões relacionadas a habilidades e comportamentos esperados para cada faixa etária, abrangendo habilidades motoras, cognitivas, linguísticas e socioemocionais.

Influência na saúde

Segundo os resultados, 14,8% das crianças não receberam atendimento de uma equipe de saúde na primeira semana de vida, contrariando a recomendação da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. A coordenadora de Saúde da Criança e do Adolescente, Sônia Venâncio, ressalta que esse aspecto tem impacto direto na redução da mortalidade e na promoção da amamentação.

Importância da nutrição adequada

O estudo também aponta que apenas 57,8% das crianças com menos de 6 meses estavam em aleitamento materno exclusivo, outra recomendação da OMS e do Ministério da Saúde. Essa prática é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e global da criança.

Aprendizagem e estimulação

Os dados revelam que 24% das crianças com menos de 3 anos não tinham nenhum livro infantil ou de figuras em casa. Nesse sentido, é importante orientar as famílias sobre a importância da leitura e do acesso a materiais didáticos para o desenvolvimento da criança.

Além disso, 33,2% das crianças com menos de 3 anos passam mais de duas horas por dia assistindo a programas de televisão, jogando em smartphones ou tablets. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode prejudicar o desenvolvimento infantil.

Disciplinas punitivas

O estudo também revela que 33% e 35% dos cuidadores de crianças com menos de 3 anos consideram que gritar ou dar palmadas são medidas necessárias para educá-las. No entanto, disciplinas punitivas não são recomendadas pelos especialistas e podem impactar negativamente no desenvolvimento socioemocional da criança.

Informação qualificada

A pesquisa revela que 42,8% dos cuidadores de crianças com menos de 3 anos nunca receberam informações sobre desenvolvimento infantil por profissionais da saúde, educação ou assistência social. Para a coordenadora do Ministério da Saúde, é necessário trabalhar de forma integrada entre essas áreas para fornecer informações qualificadas às famílias.

Com base nos resultados do Projeto Pipas, é fundamental que ações sejam tomadas para promover o desenvolvimento saudável das crianças em situação de vulnerabilidade social. Investir em programas de transferência de renda, garantir acesso a uma alimentação adequada e fornecer orientações às famílias são medidas que podem contribuir para um futuro melhor para essas crianças.



*Com informações da Agência Brasil

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