Aleitamento materno fora da gravidez
Todo ano o mês de agosto é dedicado a incentivar o aleitamento materno, mas nem todo mundo sabe que é possível amamentar mesmo sem passar por uma gravidez. O protocolo de indução da produção de leite tem sido usado por casais homoafetivos que querem fazer dupla amamentação e por mães adotivas. A técnica ainda é pouco conhecida, mas já tem ajudado muitas mulheres.
A importância do vínculo entre mães e filhos
Caetano passou o primeiro ano de vida mamando nos seios das duas mães, Milena e Taís. Quem passou pela gestação foi a Taís, já a Milena induziu a produção de leite para conseguir amamentar também. Para Milena, a amamentação não é a única forma de construção de vínculo, mas é um momento importante nessa construção. Ela defende a importância desse momento e considera a experiência 100% positiva.
Como acontece a indução da produção de leite
A indução da produção de leite materno para mães que não geraram a criança normalmente acontece por meio de tratamento com hormônios e pela indução mecânica, com bombinhas de seios ou com a sucção da própria criança. Para algumas mães, o processo é mais simples e basta a estimulação das mamas.
A enfermeira obstetra e consultora em amamentação Mariana Bahia explica que há situações em que a mulher tem tempo para se preparar, como no caso de uma relação homoafetiva em que a companheira está gestando. Porém, para as mães adotivas, o processo é mais desafiador e geralmente começa com a técnica da relactação, utilizando uma sonda, até que a amamentação materna esteja estabelecida.
Amamentação dupla e amamentação cruzada
Sara e Lara sonharam com a amamentação dupla no momento do nascimento do Otto, mas foram informadas de que isso seria considerado amamentação cruzada, o que não é recomendável. Porém, para elas, essa situação não se encaixa nessa definição, já que ambas são mães do bebê. Sara relata que alguns profissionais informaram que não era possível ela amamentar por conta da amamentação cruzada, mas ela defende que o filho também é dela e que as equipes de saúde ainda precisam se informar melhor sobre essas questões.
Para Mariana Bahia, a situação não é considerada amamentação cruzada, pois quando há duas mães, uma que gestou e uma que não gestou, a mãe que não gestou faz exames no pré-natal para garantir que não transmitirá doenças para o bebê, já que ele também é filho dela.
Com informações da Agência Brasil